|RESENHA| LONEY - ANDREW MICHAEL HURLEY


Título: Loney
Autora: Andrew Michael Hurley
Editora: Intrínseca (2016)
304 Páginas 
Sinopse: Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar.
À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem. 
O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço.
Com personagens ricos e idiossincráticos, um cenário sombrio e a sensação de ameaça constante, Loney é uma leitura perturbadora e impossível de largar, que conquistou crítica e público. Uma história de suspense e horror gótico, ricamente inspirada na criação católica do autor, no folclore e na agressiva paisagem do noroeste inglês. 

Resenha


Heey! Você já ouviu falar do não "julgue um livro pela capa"? Guarde essa informação. Em Loney, temos um passeio entre passado e presente. No passado, temos a estória da religiosa família Smith. O nosso narrador é o filho mais novo que nós nunca ficamos sabendo o nome dele, somente seu apelido, "Tonto". Ele é o que vai nos contar o que aconteceu nesse tempo em que ele tinha seus quinze para dezesseis, Tonto é o único que consegue entender o seu irmão mais velho, que é mudo e sofre um certo déficit de aprendizagem. Enquanto no presente, temos esse irmão que era mudo, que tinha várias dificuldades devido a sua deficiência, mas agora está completamente curado. E esse irmão que vivia para ser o protetor dele, "em crise".

Ainda no tempo de sua adolescência, temos então a chegada de um novo padre, Bernand. As pessoas vão ter uma certa barreira com ele pois, o antigo padre, Wilfred, era muito próximo dos fiéis e era considerado o grande exemplo para todos eles. Infelizmente, esse padre morre e isso que trás esse novo padre a paróquia de São Judas Tadeu. Mas com o decorrer do livro, vamos percebendo que esse padre não era tão "exemplar" assim, eu diria. Algumas coisas que nunca foram ditas antes são reveladas.

Essa mãe que é uma super religiosa convence o padre e vários membro da igreja a irem a um lugar que eles iam com o antigo padre, mas que eles já não iam já tinha um tempo. Como uma espécie de peregrinação para ficar mais perto de Deus, obter cura para o seu filho, eles partem para esse local e também é a chance de conhecer melhor esse novo padre. A senhora Smith fica o livro inteiro criticado o novo padre por ele ter hábitos e métodos diferentes do antigo e ela fica tentando impor sobre ele os costumes que eles têm e que ele tem que aceitar do jeito deles "pois é isso que um bom padre faria".

Nesse lugar, eles percebem que as coisas já não estão como antes e a comunidade de lá não está nada receptível para visitantes e muito menos se forem religiosos. Eles recebem alguns avisos para irem embora, mas decidem ficar e algumas coisas bem misteriosas começam acontecer. Basicamente é essa o resumo do que vai acontecer no livro.

Eu pensei muito antes de chegar aqui escrever a primeira coisa que me veio a mente depois de lê-lo. Deixe eu te contar o que Loney não é:
•Não é um livro cheio ou com pelo menos "meio" de ação
•Não se trata de suspense/terror
•Não terminar com todas as suas dúvidas sanadas, vai ficar muita coisa em aberto.


Mas mesmo assim, eu arrisco a dizer que eu achei quase que bom. A escrita do autor se divide em momentos altamente descritivos, mas é descritivo mesmo! E em momentos onde ele simplesmente foca nos irmãos e a relação desse irmão que apesar de estar na igreja, de ser coroinha, não concorda e até dúvida de muitas coisas, mas tudo por causa do irmão. E acho que foi a melhor coisa do livro, acompanhar essa certa dualidade do personagem. E até me parece que esse irmão gosta que o outro,  seja de certa forma, dependente dele. Como se essa fosse a  missão dele na Terra e tivessem tirado dele. Enfim. Só um pensamento.

Não é um livro jeito de "nossa" e "wow" que você vai soltar durante a leitura, mas lá no fundo ele tem o seu valor. Trata um pouco sobre extremismo religioso, suicídio, então de certa forma, valeu a pena ler. Acredito sim que poderia ter sido muito melhor, tem uma premissa interessante, mas as pessoas compram o livro esperando morte e sangue e na verdade temos páginas e páginas de conversas e dúvidas sobre fé e no que realmente tenho fé.

Você quer ação, talvez esse não seja o melhor livro pra você, mas se quer algo mais concreto e tenso de se ler que vai fazer você queimar uns neurônios e soltar  muitos parafusos para (tentar) entender esse livro, pois fique a vontade. Eu estou um pouco mais no time da ação, lembra do "não julgue um livro pela capa"? Pois é, essa capa ta incrível, com detalhes lido e é capa dura  com uma edição linda, mas infelizmente a capa é bem melhor do que o desenvolvimento da estória, o que é triste.

E aí? Já leu Loney? Conte me tudo não me esconda nada.
Abraços \o/
|RESENHA| LONEY - ANDREW MICHAEL HURLEY |RESENHA| LONEY - ANDREW MICHAEL HURLEY Reviewed by Douglas Augusto on segunda-feira, maio 21, 2018 Rating: 5

Um comentário:

  1. Amei sua resenha, ainda não conhecia esse livro!

    https://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Romário Bispo